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é, dos limites do pensamento conceitual.
NOTAS
1. LeShan, L.,  Physicists and Mystics: similarities in a world view , in The
Journal of Transpersonal Psychology, vol. 1, Nº 2, 1969.
2. Capra, F., O Tao da Física, Cultrix, São Paulo, 1987, 3ª edição; ver Science
et conscience, Ed. Stock, Paris, 1982.
3. Ruyer, R., Le gnose de Princeton, Hachette, Paris, 1977.
4. Charon, J. E., O Espírito, este Desconhecido, Melhoramentos, São Paulo,
1981.
5. Wilber, K., Le paradigme hotographique, Ed. Le Jour, Paris, 1984.
6. Cazenave, Michel,  Discipline et rigueur , in L Eveil du Coeur , Itinérances,
nº 1, Albin Michel, Paris, 1986.
7. Nicolescu, Basarab, Nous, la particule et te monde, Le Mail, Paris, 1985.
8.  Déclaration de Venise. La science aux confins de la connaissance: te
prologue de notre passé cttlturel . Itinérances, n~ 1, Albin Michel, Paris,
1986, pp. 209 e seg.
9. Weil, P.,  La Conscience Cosmique, Introduction à Ia Psychologie
Transpersonnelle , Paris, in L Homme et la connaissance, 1982 (tradução
provisória).
10. Tart, Charles,  Scientific foundation for the study of altered states of
consciousness , in The Journal of Transpersonal Psychology, 1971, nº 2, p.
93-124.
PARTE III
ALGUMAS QUESTÕES RELEVANTES
Durante as conferências nas quais abordamos estes temas, certas perguntas
repetem-se com mais freqüência. Selecionamos algumas, respondendo-as:
O que se entende por plena consciência?
Existem, segundo as tradições e as recentes pesquisas transpessoais, quatro
estados ditos  de consciência : o estado de vigília, o estado de sonho, o estado de sono
sem sonhos e o estado de plena consciência ou vivência holística.
As características da plena consciência são conhecidas através das tentativas de
descrição dos que a vivenciam: inefabilidade, caráter paradoxal, saída do espaço-tempo,
não-projeção da mente sobre os objetos, superação da dualidade sujeito-objeto ou estado
não dual, vivência de uma luz radiante que impregna o espaço, vivência da vacuidade plena,
vivência de amor indescritível, sentimento de viver a realidade como ela é, perda do medo
da morte e descoberta do verdadeiro sentido da existência.
Como já afirmamos, componentes fisiológicos caracterizam esse estado que é,
neste nível, passível de mensuração através da eletroencefalografia, da avaliação de
mudanças circulatórias, respiratórias, eletrocutâneas, etc.
A plena consciência é acompanhada também pelo fim do sofrimento psicológico,
pelo despertar da verdadeira sabedoria, indissociável do amor, e por uma ilimitada
capacidade  ou limitada apenas pelo corpo físico  de aliviar o sofrimento dos outros,
aproximando-os da alegria de viver.
Os princípios aqui expostos não se inscrevem
dentro de uma tendência idealista?
Se entendermos por idealismo a prevalência da idéia ou do espírito sobre a
matéria, ou como sua precedência histórica e causal, ou, ainda, como oposição dualista, a
resposta faz prever um duplo enfoque:
Do ponto de vista da holologia, a questão pode ser esclarecida inter-relacionando-
se os dados da física moderna, os quais demonstram que a matéria é luz, que as unidades
subatômicas são partículas e ondas, comportando-se segundo programas inteligentes, com
os dados da psicologia transpessoal, que por sua própria e distinta abordagem descreve
estados de consciência nos quais é vivenciada uma luz cuja característica é ser  inteligente .
Neste enfoque, sublinhamos a necessidade da realização de encontros de estudo, reflexão
e integração entre representantes reconhecidos de diferentes dialéticas, mais
particularmente os materialistas, com físicos de laboratórios de alta energia e psicólogos
transpessoais, para examinar a hipótese eventual segundo a qual a oposição matéria-
espírito seria superada pelas recentes descobertas. Esta é unia das funções essenciais da
UNHI (Universidade Holística Internacional), através de projeto ou projetos especiais. É
também objetivo da UNHI tornar realidade a Declaração de Veneza, da Unesco, que
recomenda como necessário o encontro entre a ciência moderna e as tradições da
sabedoria da humanidade. São tradições que descrevem, com diferentes nomes, o estado
transpessoal ou vivência holística, transcendendo o nível conceitual, apontando o Real
como situado além de qualquer tipo de dualismo: sujeito-objeto, absoluto-relativo e espírito-
matéria.
Essas oposições são produto da mente racional, que as cria por motivos utilitários e
de sobrevivência, dentro da perspectiva relativista do mundo. A própria concepção idealista
ou materialista, isto é, a precedência e prevalência de um sobre o outro, implica uma
causalidade linear e histórica, com um eventual  começo . Ora, a física tem demonstrado
que estes conceitos aplicam-se apenas à macrofísica, na qual ainda predomina o paradigma
newtoniano-cartesiano, enquanto na microfísica a causalidade linear é transcendida, o que
exige um novo tipo de racionalidade a-causal, um novo paradigma e uma nova lógica.
 Viver a realidade como ela é :
essa proposição não terá uma conotação conservadora?
À primeira vista, e apenas na aparência, essa proposta parece indicar uma
aceitação passiva dos fatos tais como são. E evidente que tal posição, aplicada
particularmente ao campo econômico, implicaria um alienado conformismo com uma
realidade onde predominam a fome, a miséria e a injustiça, sem nenhuma perspectiva de
mudança.
Porém, tal como a entendemos, essa proposta é um convite a uma vivência
transpessoal sui generis, a uma experiência interior que possibilita ver a realidade como ela
é, numa visão muito mais ampla e abrangente do que a do cotidiano, embora o estado de
vigília, precípuo do dia-a-dia, esteja perfeitamente integrado na vivência transpessoal.
Finalmente, a história de todas as culturas e de todos os tempos nos mostra à
saciedade que os seres plenamente despertos jamais se conformam com o sofrimento
humano, fazendo tudo que está ao seu alcance para aliviá-lo ou erradicá-lo de vez.
Não haverá contradição entre defender a holística
e propor o chamado rigor científico, dentro dos cânones
cientificistas das especializações atuais?
Rejeitar o antigo paradigma, com suas implicações na macrofísica, na biologia,
psicologia, etc., seria um contra-senso; os autênticos defensores do novo paradigma nunca
o fazem, O novo paradigma é mais abrangente e reconhece as limitações e os perigos do
reducionismo cientificista ou da extrapolação desses critérios a domínios onde não se
aplicam, e nos quais urge desenvolver uma nova lógica e uma nova racionalidade.
Trata-se, isso sim, de estimular especulações e pesquisas no campo do novo
paradigma, estabelecendo critérios metodológicos norteadores da sua atuação. Trata-se de
prevenir processos fantasiosos e indevidos. Do encontro entre ciência e tradição surgirão
novas metodologias de pesquisa, integrando razão lógica, intuição e outros processos
investigativos até agora ignorados ou rejeitados pelo establishment científico atual. É nesse
sentido que uma Universidade Holística dará sua relevante contribuição.
O próprio fato de a abordagem holística sustentar-se em duas pilastras, a holologia
e a holopráxis, demonstra que, com suas metodologias próprias e complementares, ela
abrange a via experiencial e experimental. Nosso objetivo é reestabelecer o equilíbrio entre
razão e sentimento, sensação e intuição.
Por que criar uma Universidade Holística e
em quê esta difere de uma universidade tradicional?
A crise geral da fragmentação tem atingido de modo especial as universidades
contemporâneas, que se compartimentalizaram de forma perigosa e institucionalizada.
Disso decorre a transmissão de tendências reducionistas que, como sabemos. ameaçam
até a nossa própria sobrevivência, atualmente, asa institucionalização impede, pela
existência de verdadeiros feudos
epistemológicos, a livre circulação da informação. De outro lado, a chamada
 neutralidade científica acabou por desvincular a ciência da ética e do amor à vida.
Eis por que é necessário criar, com urgência, um novo tipo de universidade na qual [ Pobierz caÅ‚ość w formacie PDF ]
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